BC ressalta a importância do cooperativismo durante Fórum «Voltar

Durante a abertura do Fórum de Cidadania Financeira, realizado na última quarta-feira (4), promovido pelo BCB e Sebrae, com apoio do Sistema OCB, o diretor de Relacionamento Institucional do Banco Central, Luiz Edson Feltrim ressaltou a capilaridade das cooperativas de crédito.  “As cooperativas de crédito, considerando sua capilaridade, têm importância fundamental no processo de bancarização e inclusão financeira no país”. Feltrim fez questão de destacar que, atualmente, todos os municípios brasileiros contam com os serviços bancários, seja por um correspondente, vinculado aos bancos comerciais ou, ainda, por uma cooperativa. 

Segundo ele, as cooperativas de crédito têm ampliado sua participação no mercado, o que pode ser comprovado pelo número de cooperados: cerca de 7,5 milhões. “E, aqui, reafirmamos o desafio lançado ao movimento cooperativista, pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de ampliar este número para 10 milhões de cooperados”, comenta Feltrim.

Durante seu discurso de abertura, da qual participaram o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, os presidentes das unidades estaduais Celso Regis (Mato Grosso do Sul) e André Pacelli (Paraíba), o superintendente Renato Nobile e a gerente geral da OCB, Tânia Zanella, Feltrim fez questão de ressaltar a participação das entidades parceiras não só no Fórum de Cidadania, mas em todas as ações realizadas pelo BCB.

 “Nossas ações de cidadania financeira só podem ocorrer se pudermos contar com o apoio de entidades parceiras. Ao redor do mundo, diversos organismos nacionais e internacionais vêm dando ênfase à missão de incluir financeiramente a população. No Brasil não é diferente. E só temos a agradecer às instituições que nos apoiam nesta causa”, comenta.

 O presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos, defendeu mais acesso ao crédito para as micro e pequenas empresas durante a abertura do Fórum. “O sistema financeiro nacional é muito concentrado nas médias e grandes empresas. O crédito ainda é voltado a serviços financeiros para pessoas físicas e consumo. Mas, quando a gente fala em financiar a produção, temos um longo caminho pela frente, pois as instituições são grandes demais para atender o pequeno produtor. O papel do Sebrae é entrar mais firme nessa batalha”, destacou.

 Afif apresentou uma pesquisa feita pelo Sebrae em 2015, segundo a qual apenas 17% das microempresas tomaram empréstimo, enquanto 24% das empresas de pequeno porte contraíram crédito. Segundo o levantamento, os fornecedores são os principais financiadores de 72% das microempresas e de 76% dos empreendimentos de pequeno porte.

 O cheque pré-datado é usado por 51% das microempresas e 57% dos negócios de pequeno porte. Ainda conforme a pesquisa, possuem conta bancária 84% dos donos de microempresa e 89% dos proprietários de pequenas empresas. Em 2015, o valor médio de empréstimo solicitado foi de R$ 36 mil por microempresa e de R$ 56 mil por empresa de pequeno porte. 

O presidente recém-eleito do Sebrae reforçou a importância dos pequenos negócios na manutenção de empregos. “Enquanto as médias e grandes desempregaram 800 mil pessoas de janeiro a novembro, as micro e pequenas empresas ainda sustentam saldo positivo de 109 mil vagas”, frisou.