Cooperativas de crédito quase imunes à crise «Voltar

Entre os setores menos afetados pela recessão está o de cooperativas de crédito, que consiste no sexto maior banco do país. Santa Catarina detém a liderança nesse modelo financeiro proporcionalmente à população. Atuam no Estado os sistemas Sicoob, Cecred, Unicred, Cresol e Sicredi, que marcam presença em 98% dos municípios. O maior é o Sicoob Central, que tem agências ou pontos de atendimento em 76% dos municípios e atua também no RS, observa o presidente Rui Schneider da Silva.

As cooperativas estão conseguindo passar à margem da crise. O volume de depósito a prazo está crescendo e os da caderneta de poupança também. Exceto algumas recuperações judiciais de pessoas jurídicas que pipocam em algumas regiões do Estado,  o setor vai bem — diz ele.

Segundo Schneider, os depósitos a prazo subiram 22,4% no ano passado frente a 2014 e as operações de crédito tiveram expansão de 17,2% no mesmo período. O número de associados do Sicoob chegou a 581.301, 12,5% maior que no ano anterior. O volume total de recursos administrados atingiu R$ 8,5 bilhões ano passado, um incremento de 19,7% sobre o ano anterior. O Sicoob ainda não tem dados deste ano, mas a evolução é parecida com a de 2015, diz Schneider.

Quanto ao risco das recuperações judiciais, tanto o Sicoob quanto as demais cooperativas têm o problema sob controle em função da limitação de empréstimos e fundo garantidor. A propósito, os controles do sistema cooperativo de crédito para evitar fraudes são amplos, tanto das próprias cooperativas, quanto do Banco Central.

O crescente interesse pelo cooperativismo de crédito ocorre em função das vantagens. Ao se associar com um pequeno capital, a pessoa ou empresa tem acesso a juros menores, serviços mais baratos e, no final do ano, recebe uma sobra relativa ao seu movimento econômico durante o ano.

Apesar de não sofrer tanto com a crise, Schneider defende solução imediata para o impasse político porque o cenário atual gera insegurança, os investimentos ficam parados e a economia não cresce.

Fonte: Diário Catarinense