Cooperativas de crédito crescem pelos benefícios que proporcionam «Voltar

A curva ascendente registrada no cooperativismo de crédito nos últimos anos deve continuar com tendência de alta. Unidos, os sistemas em funcionamento – segundo dados do Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, divulgado pelo Banco Central em setembro de 2017 – atingiram seu ponto histórico mais alto, respondendo, no Sistema Financeiro Nacional, por 3,9% do patrimônio de referência, 1,87% dos ativos totais, 2,41% na carteira de crédito e 4,26% dos depósitos.

Algumas conquistas marcaram 2017 e servem de base para as previsões – sob o olhar de Manfred Alfonso Dasenbrock, presidente da SicrediPar e da Central PR/SP/RJ, além de membro efetivo da Fundação e do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (WOCCU, sigla em inglês) – “2017 foi um ano extraordinário, em que as cooperativas andaram à margem das questões políticas e, por isso, cresceram”.

O ano de 2018 promete ser muito melhor. E os primeiros dias do novo período foram marcados por um fato notório: a Lei Complementar 161/2018, que permite o início de uma relação das cooperativas com os setores públicos. “Essa lei deve gerar resultados positivos, até porque as cooperativas mantêm um ótimo vínculo com a comunidade e os setores organizados”, resume Dasenbrock.

Foco no relacionamento

Para favorecer esse movimento ascendente, o brasileiro que integra o WOCCU recomenda que as cooperativas se foquem “no econômico e no social, aproveitando a necessidade que as pessoas têm de bom atendimento e de relacionamento saudável e transparente com a instituição financeira, e se relacionem com a comunidade e com seu quadro social. Isso fará a diferença e gerará um grande momento para as cooperativas de crédito. Os gestores precisam estar atentos ao credito, aos negócios e aos associados, para que haja o atendimento das necessidades dos associados sem prejuízo da atenção aos riscos. O setor é bastante regulado, o que contribuiu para a estabilidade, mas é importante não perder a oportunidade de estabelecer relação da cooperativa com seu dono, que também é o associado e o cliente”.

Posição muito semelhante é assumida por Kédson Macedo, presidente da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), ao lembrar que as cooperativas se diferenciam porque são sociedades de pessoas e mantêm proximidade a seus cooperados, o que facilita os negócios e reduz os riscos. Como principal desafio cita o investimento “em ferramentas que facilitem à cooperativa melhor conhecer seu associado, que é também seu dono e seu cliente; estabelecer um portfólio de negócio que os cooperados efetivamente consumam”.

O segundo desafio listado por Macedo tem relação com a transformação digital, que contribui para a redução de custos e traz uma nova forma de relacionamento, pontos passíveis de contribuir para que as integrantes do SNCC deem um grande passo em busca do crescimento e do fortalecimento do cooperativismo.

“O cooperativismo tem de ir onde seu cooperado está, dando solução financeira justa e adequada para o cooperado onde ele estiver. Nesse sentido, as cooperativas vêm cumprindo seus objetivos e os princípios cooperativistas, mas é preciso mais”, reconhece o presidente da Confebras, definindo este como o momento ideal, e as perspectivas como muito boas: “Estamos em um momento de muito trabalho, mas o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo está muito bem organizado, ciente de seu papel na economia brasileira  e disposto a cumprir esse papel. Tudo isso significa trabalho e contribuição para o desenvolvimento local, porque o município é a célula mais granular que temos na economia brasileira. O desenvolvimento implementado nos municípios reverbera em crescimento econômico para todo o País”.

Fonte: MundoCoop / Texto Katia Penteado