Empresa rural sai da crise, aumenta a produtividade e cresce com o Encadeamento Produtivo «Voltar

 Situada em uma área de 23 hectares, na região de São José em Campos Novos, o Sítio Santa Lúcia tem como principal atividade a produção de leite e conta com um plantel constituído por 34 bovinos. O empreendimento rural que hoje se destaca pelos bons resultados nem sempre foi assim. Uma crise financeira, a baixa produção por animal, a falta de controle e a desmotivação quase colocou tudo a perder.

O proprietário Paulo Pinto conta que a terra foi herdada do pai em 2013 sem estrutura construída e com dívidas. “Nos primeiros três anos, trabalhávamos com produção de grãos e fumo e mal conseguíamos pagar as contas. Pensamos em alternativas e, como a produção de leite sempre foi o sonho da família, buscamos informações para ingressar nesta atividade”, declara.

 Sem dinheiro e com débitos, Paulo e a esposa Jessica financiaram os primeiros animais e investiram em ordenha e resfriador, o que aumentou as dívidas. Os animais eram mistos e de baixa produção. No início, o leite era comercializado para um laticínio que logo encerrou suas atividades. Com as vacas produzindo, procuraram a Copérdia que prontamente integrou a família e deu condições de produção e assistência técnica. Tudo melhorou a partir dessas atitudes.

Entre as ações que possibilitaram implementar melhorias está o ingresso no projeto Encadeamento Produtivo, desenvolvido pelo Sebrae/SC, Cooperativa Central Aurora Alimentos, com a parceria do Senar/SC, entidades e cooperativas. Com isso, os empresários rurais participaram do curso de Gestão da Qualidade – QT Rural que possibilitou conhecer a utilização das ferramentas de administração e qualidade, conforme a metodologia.

As práticas adotadas pela família incluíram controle de caixa, formação do custo de produção, medição da produção de leite e a alimentação equilibrada conforme os resultados, uso do painel da qualidade, desenvolvimento do portal e brasão, descarte de animais velhos e pouco produtivos e a venda de um caminhão para pagar dívidas e capitalizar o caixa.

Os resultados vieram com a melhoria na qualidade do produto como sólidos, gordura e demais indicadores, além da melhora no relacionamento com sintonia na busca por soluções de problemas. As novas práticas adotadas foram à troca de animais velhos e de baixa produção, a aquisição de cinco novos animais, alteração na forma de fornecer ração e ações de preservação ambiental.

Hoje as finanças estão em dia, a produção aumentou e o caixa é positivo. A produtividade anual que antes do programa era de aproximadamente 80 mil litros passou para 116 mil litros. A receita bruta aumentou aproximadamente 43%  e o lucro subiu em 78%.

“A participação no curso e as consultorias foram muito boas, pois nos ajudaram a buscar saídas para a crise financeira. Também foi possível abrir nossa visão e auxiliar na mudança do nosso jeito de trabalhar. Hoje, controlamos tudo, temos maturidade, planejamento e realizamos sonhos. Os problemas são nossos desafios e, com isso, crescemos como profissionais e como pessoas”, afirma Paulo.

 ENCADEAMENTO PRODUTIVO

O Encadeamento Produtivo tem por objetivo contribuir com a melhoria dos índices de produtividade e competitividade, promovendo a inserção de pequenos negócios em cadeias de valor de grandes empresas por meio de relacionamentos cooperativos. As atividades contemplam os seguintes treinamentos: “De Olho na Qualidade Rural”, “De Olho Granjas”, “Qualidade Total Rural”, “Times de Excelência”, “Sustentabilidade”, “Resgate De Olho” e capacitações para técnicos.

O diretor técnico do Sebrae/SC, Anacleto Ângelo Ortigara, lembra a história de sucesso do Encadeamento Produtivo que teve início há 20 anos e chamava-se  Projeto de Desenvolvimento de Empreendedores Rurais Cooperativistas. “Foi a iniciativa de maior alcance envolvendo produtores catarinenses com resultados que impressionam pela transformação das propriedades em empresas rurais organizadas e consolidadas.” Ressalta Ortigara

 Em 2018, o grande mérito foi a ampliação do território, possibilitando atuar com força nos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. Com isso será possível potencializar ainda mais a competitividade e a inovação em todo o processo da cadeia produtiva. 

Os resultados deste ano  possibilitaram atender mais de 2.300 produtores rurais nos quatro Estados. Para 2019, a previsão é de aproximadamente 2.000 novos participantes.

Fonte: MB Comunicação